
São inúmeras plataformas de captação de recursos e campanhas de doação para contribuir com a população mais vulnerável com itens de alimentação e de higiene necessários com o isolamento social e quarentena, com o avanço da pandemia do novo COVID-19, coronavírus. Mas e a situação das organizações da sociedade civil organizada? A Agência do Bem, articuladora da Rede de Organizações do Bem, realizou a pesquisa Impacto do Coronavírus no Terceiro Setor, entre os dias 3 e 7 de abril.
Esse levantamento consultou 231 diretores dessas entidades. Mostra um quadro alarmante: 67% tiveram queda de arrecadação de suas receitas acima de 50% após o início da pandemia, e 83% preveem riscos concretos de fecharem suas portas no curto prazo ou terem de reduzir substancialmente suas atividades caso a situação atual não se reverta rapidamente.
Somente 1% manteve suas atividades normais após o início da pandemia, enquanto 72% paralisaram completamente. 89% observam grave deterioração nas condições de subsistência das famílias atendidas, indicando necessidade de socorro imediato.
As organizações consultadas em geral são das áreas de assistência e educação. O foco maior é organizações de base comunitária e na maioria das vezes atende público de baixa renda, das periferias e favelas.
Desde 2012 a Rede das Organizações do Bem atua pelo fortalecimento de entidades do terceiro setor e dialoga com 800 desses atores nas regiões metropolitanas do RJ e SP. Segundo Alan Maia, fundador da organização, o protagonismo das organizações no atendimento das necessidades da população é notável, mas recebe relatos preocupantes sobre sustentabilidade dessas organizações.
No caso da pandemia, as doações de mantimentos e itens de primeira necessidade mostraram a importância do trabalho dessas organizações. Alan ainda ressalta que esse setor emprega cerca de 3 milhões de pessoas. “Se a MP 944, por exemplo, visa manter empregos, por que o terceiro setor não está incluído? Há que se ver, ainda, desafios cotidianos e pouco visíveis como a dificuldade das ONGs e associações de abrirem conta bancária, por exemplo. Como operar regularmente sem este dispositivo tão trivial? Ou seja, os desafios são imensos e diversos até em tempos de ‘normalidade’ ”, chama atenção para a sobrevivência dessa parcela significativa de entidades que estão fazendo diferença no dia a dia das comunidades.
Confira aqui a pesquisa na íntegra no site da Agência do Bem: https://bit.ly/2yeZAR8
Site da Rede do Bem: http://www.rededobem.org.br/